Magalí Sare és una enamorada de Portugal. A Sempre vens assim, que canta amb Salvador Sobral, ha musicat un collage de diversos fragments de les quadras (breus poemes de quatre versos) de Fernando Pessoa per fer un homenatge a les festes majors. Aquesta celebració musical inclou un interludi creat a partir de la melodia de glosa que es canta a Manacor durant les festes de Sant Antoni, festivitat que, casualment, la ciutat mallorquina comparteix amb Lisboa.
Tenho um segredo que levo comigo
que me faz sempre cismar:
não sei se quero estar contigo
ou se quero contigo estar.
Ribeirinho, ribeirinho que
falas tão devagar
ensina-me o teu caminho
de passar sem desejar.
Vai alta, alta, alta a nuvem que passa
vai alto, alto, alto o meu pensamento
que é escravo da tua graça
como a nuvem o é do vento.
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
porque sempre vens assim
p’ra ao pé do meu coração!
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
sempre estás perto de mim
na minha imaginação!
Tenho uma pena que escreve
aquilo que eu sempre sinta.
Se é mentira, escreve leve,
se é verdade, não tem tinta
Ribeirinho, ribeirinho
que vais a correr ao léu
tu vais a correr sozinho
ribeirinho, como eu.
Vai alta, alta, alta a nuvem que passa
e passa, passa, passa uma sombra também.
Ninguém diz que é desgraça
não ter o que se não tem
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
porque sempre vens assim
p’ra ao pé do meu coração!
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
sempre estás perto de mim
na minha imaginação!
Todos lá vão para a festa
com um brilhante azul de céu
Todos lá vão, ninguém resta
Ah, sim… resto eu!
Não, não, vem para a festa também!
Vem tu também!
Já não sei se estou sonhando
nem de que serve sonhar.
Mas antes de acabar estes versos
feitos em modo maior
cumpre prestar homenagem
à bebedeira do autor!
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
porque sempre vens assim
p’ra ao pé do meu coração!
Vem cá dizer-me que sim
ou vem dizer-me que não
sempre estás perto de mim
na minha imaginação!
